Postagens

Decreto Fora da Lei

Imagem
Estamos em março de 2021, mais de um ano passado do primeiro caso de COVID-19 no Brasil, e a crise sanitária decorrente da propagação do vírus originário da China, que se espalhou pelo mundo ainda em 2019, continua sendo pretexto para o atropelamento da nossa Constituição Federal. Na cidade de Ribeirão Preto, interior de SP, o comerciante Eduardo José Cornélio foi preso por se recusar a fechar a sua loja de roupas femininas na última terça-feira (16), mesmo dia em que o prefeito da cidade decretou lockdown geral no município, restringindo ainda mais o direito de trabalhar e de ir e vir dos cidadãos. O resultado imediato do decreto, que só começou a vigorar no dia seguinte, foi a super lotação dos supermercados da cidade, gerando aglomerações desnecessárias e falta de alimentos nas prateleiras. A reação popular não demorou a vir. Protestos foram organizados às portas da Prefeitura Municipal até que o juiz da Comarca de Ribeirão Preto, Giovani Augusto Serra Azul Guimarães, decidisse pel

Memória Contagiosa

Imagem
O risco de contaminação pelo novo coronavírus está perambulando o mundo desde o final do ano passado, mas, mesmo assim, liberaram o Carnaval. Eu trabalhava como motorista de aplicativo naquela época e me lembro de ficar receoso a cada ida ao aeroporto ou rodoviária. Sempre andei com álcool em gel no carro. Não por medo de doença, mas porque quem trabalha na rua não tem outro meio de higienizar as mãos. Foi-se o Carnaval e, com seu fim, o sinal para que os jornais começassem o terrorismo psicológico. Menos de um mês de investida e já estava tudo fechado. Escola, faculdade, comércio, igreja… “Até a Igreja, meu Deus do céu?!”, pensava eu. Na Páscoa, nós, cristãos, congregamos em frente a uma tela participando de um culto ou missa virtual. Desde o começo, nada fez sentido. É claro que ficamos assustados com um novo vírus que ninguém sabia direito como se propaga nem como age no organismo humano. Tanto mais quando tudo que se via pela mídia era terrorismo apocalíptico e quase nenhuma inform

Fé Pública

Imagem
A existência de pessoas sem fé é uma expressão da liberdade conferida ao ser humano. Agora, que estas pessoas queiram impedir os que tem fé de se pronunciarem publicamente, sob o pretexto de laicidade do Estado, a despeito desta laicidade ser uma herança civilizacional da nossa "comunidade de fé"... Bem, isso é, no mínimo, uma amostra de pouquíssimo conhecimento histórico -- daquele restrito à leitura de uns poucos autores materialistas que acham que a fé não deve ter espaço no debate público. Pois saiba que, se hoje você pode confessar publicamente a sua fé ou falta dela sem o risco de ser preso ou morto por isso, deve agradecer aos cristãos. E, por mais irônico que parece, o grupo que mais sofre pela falta dessa mesma liberdade ao redor do mundo é justamente os pertencentes à fé que fomentou a liberdade de expressão e profissão religiosa no Ocidente. Querem determinar quem pode ou não pode participar do debate público, mas será que o "vasto" repertório acadêmico d

Primeiro as Coisas Primeiras, ou "Haja luz!"

Imagem
Não há ordem que se estabeleça sem à disposição de hierarquizar as coisas de acordo com seu verdadeiro valor. Por isso, o espírito revolucionário é tão caótico: não reconhece qualquer estrutura hierárquica na qual o topo não seja ele mesmo. O trabalho revolucionário consiste em perverter toda hierarquia e reorganizá-la a partir de si mesmo. Tanto a hierarquia natural quanto a espiritual são odiadas pelo revolucionário, pois não aceita os limites que elas impõem à sua vontade. A vontade revolucionária só aceita uma reação: ser obedecida. E, para isso, é capaz de destruir tudo o que existe e reconstruir aos moldes artificiais do seu egocentrismo. A moralidade revolucionária só reconhece um princípio: instrumentalizar todas as coisas, sejam elas objetos, idéias ou pessoas -- e porque não doenças, vírus, etc. -- para que a vontade de si seja satisfeita. Sem compreender o ódio revolucionário ao "princípio de autoridade", dificilmente se entenderá a situação atual e as

Inimigo Invisível

Imagem
Antes de se definir estratégias de combate a determinado inimigo é preciso conhecer o inimigo que se combate. Pouco se tem falado sobre a natureza e as características do vírus COVID-19, mas muito se discute sobre a melhor forma de combatê-lo. Até que apareceu um virologista ontem pra ser entrevistado no programa Roda Viva da TV Cultura. Foi a primeira vez que vi um especialista no objeto do debate e não nas circunstâncias do objeto. Confesso que peguei o programa pela metade, mas, pra minha decepção, a maior parte do que vi foram discussões diversas sobre as medidas de combate que nos obrigam a agir dessa ou daquela forma, e muito pouco sobre o motivo, ou seja, sobre as características do objeto combatido, que leva a determinado tipo de medida. O ápice da decepção foi, quando indagado sobre as medidas preventivas durante o carnaval, o virologista afirmou que não existiam informações que justificassem o mero desencorajamento à realização do evento. Nesse momento, peço licença ao

O campo da Fé

Imagem
De um lado, temos o decreto do Governo Federal reconhecendo o funcionamento das igrejas como serviço essencial à vida, liberando a execução de cultos desde que respeitadas as recomendações profiláticas do Ministério da Saúde. Do outro, temos o governador estadual desacreditando os decretos e recomendações oficiais do Governo Federal, sugerindo que as igrejas permaneçam fechadas. Um dia após esse embate, um juiz da 1ª Vara Federal de Duque de Caxias (RJ), suspendeu a aplicação do decreto federal que incluí igrejas como serviços essenciais que poderiam ficar abertos durante a quarentena. Em sua sentença, o magistrado afirma que classificar as atividades de igrejas como essenciais é  "ferir de morte a coerência que se espera do sistema jurídico, abrindo as portas da República à exceção casuística e arbitrária, incompatível com a ideia de democracia e Estado submetido ao império do Direito" .¹ Para além da legítima análise que deve ser feita sobre a possibilidade de um jui

Sensacionalismo Viral*

Imagem
TUDO. TUDO. TUDO o que a mídia quer é a sua audiência. Nada mais. Tudo o que um jornal precisa é que as pessoas ouçam suas notícias de maneira inquestionável, que se tornem dependentes das informações que propagam, que se tornem reféns do sensacionalismo provocado. Como traficantes que embalam porções suficientes para que os viciados retornem dia após dia fissurados por mais uma dose, e mais uma, e mais uma, assim trabalham os editores de jornais e criadores de entretenimentos aleatórios. Dependem de que a audiência se prenda ao conteúdo que produzem. Todo produtor de conteúdo é assim. Seja em TV, rádio, internet ou meios impressos. O problema se agrava quando para isso utilizam formas inescrupulosas de prender a atenção do espectador. Mentiras e sensacionalismo são transmitidos como um vírus programado pra destruir a inteligência da audiência, tornando-a incapaz de pensar por si mesma e cada dia mais dependente da tutela midiática. Não seja mais um no meio dessa horda! ------ *